terça-feira, 11 de janeiro de 2011

2 - "O Pensamento e Conhecimento Supramentais"

http://www.casasriaurobindo.com.br/a_casa/historico/sriaurobindo.htm
SRI AUROBINDO
(1872 - 1950)

Poeta, pensador yogue e mestre espiritual indiano. Dotado de poderosa e abrangente visão de síntese, integrou os modos de consciência do Oriente e do Ocidente. Formulando os princípios de um Yoga Integral, anunciou e preparou, em escala individual e coletiva,  a manifestação iminente de um grau de consciência até então imanifesto, a Supra mente, ou a Consciência-Verdade, na qual se integram dinamicamente o indivíduo e o todo, a Matéria transformada e o Espírito.
Foi educado na Inglaterra, posteriormente tornando-se um líder para a libertação da Índia do domínio Britânico. Começou a praticar o Yoga não apenas como um trabalho espiritual, mas para obter uma força interior para uso nos bastidores da cena política. Como progrediu muito rapidamente no Yoga, decidiu deixar o movimento revolucionário para dedicar-se integralmente ao Yoga.
Seus textos não são o resultado de um trabalho intelectual, mas relatos de suas próprias experiências espirituais. A partir destas, formulou, entre outros, sua “Síntese do Yoga”, ou o “Yoga Integral” onde unifica os princípios das diversas linhas de yoga em um todo harmônico e coerente. Essencialmente, Aurobindo diz que a evolução ainda não terminou, que um novo princípio de consciência deve emergir, a Supra mente, e o Yoga é uma tomada de consciência e um auxiliar conscientemente a Natureza em seu processo evolucionário.

Fonte: http://www.casasriaurobindo.com.br/a_casa/historico/sriaurobindo.htm 



Capítulo 22 

O Pensamento e Conhecimento Supra mentais 

"O próximo passo é a formação de uma mente luminosa de experiência, pensamento, vontade,sentimento e sentido intuitivos dos quais a mistura da mente menor e da intuição imitativa são progressivamente eliminados. Ao mesmo tempo há a abertura acima da mente da fonte da ação intuitiva e um mais e mais organizado funcionamento de uma verdadeira consciência supra mental agindo não na mente mas em seu próprio plano mais alto. O processo é progressivo e por um longo tempo mesclado pela mistura e pela necessidade de um retorno sobre o movimento mais baixo de modo a corrigir e transformar a eles.

A supramente em sua ação é uma coisa de unidade e harmonia e inerente ordem. De início, quando a pressão de cima cai sobre a mentalidade, isso não é realizado e mesmo um fenômeno contrário pode acontecer por um período. Essa é a razão da frequente desordem ou unilateralidade que marcam o homem de gênio, o poeta, o artista, o pensador, o santo e o místico. É por essa razão que uma preparação prévia e longa purificação e uma tranquilizadora e ordinariamente uma passividade da mente calmamente e fortemente aberta ao espírito são necessidades do Yoga.

A supramente conhece mais completamente e seguramente não por pensamento, mas por identidade, por uma pura consciência da auto verdade das coisas no si e pelo si. Eu obtenho o conhecimento supramental da melhor forma pelo tornar-me um com a verdade, um com o objeto de
conhecimento. É esse luminoso avaliar e contato que é a visão espiritual. Diz o Upanishad continuamente do conhecimento espiritual, "ele vê"; e do Si concebendo a idéia da criação, onde
nós poderíamos esperar "ele pensou", ele diz ao invés "ele viu".

Ele é para o espírito o que os olhos são para a mente física e a pessoa tem a sensação de ter passado através de um sutil processo análogo. Os sentidos podem apenas nos dar a imagem superficial das coisas, e eles precisam do auxílio do pensamento para preencher e formar a imagem; mas a visão espiritual é capaz de nos apresentar a coisa em si própria e toda a verdade sobre ela. A visão supramental traz com ela uma experiência suplementar e completadora que pode ser chamada uma audição e toque espiritual da verdade, de sua essência e através disso de sua significação, quer dizer, existe um avaliar de seus movimentos, vibração, ritmo e um avaliar de sua presença e contato próximos.

O ser supramental vê as coisas a partir de cima em amplos espaços e no mais alto dos espaços do infinito. Sua visão não é limitada ao ponto de vista do presente, mas pode ver em continuidades de tempo ou acima do tempo nas indivisibilidades do Espírito. Ele vê a verdade em sua própria ordem, primeiro na essência, depois nas potencialidades que derivam dela e apenas finalmente nas atualidades."


Fonte: http://www.casasriaurobindo.com.br/sintese/supramente.htm

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