segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

10 - A REDE DO PENSAMENTO -“THE NETWORK OF THOUGHT” – J. KRISHNAMURTI

J. Krishnamurti (1895-1986), foi um sábio indiano descoberto por Leadbeater (1847-1934), líder teósofo que o preparou juntamente com Annie Besant (1867-1933), para ser um mestre mundial, provavelmente um novo Avatar. Por volta dos 30 anos, Krishnamurti fez um discurso memorável, onde dissolvia toda a estrutura montada ao seu redor, inclusive a chamada Ordem Internacional da Estrela do Oriente. A partir de então, ele se torna um “guru da liberdade”, combatendo as dependências de todas as instituições que apregoam que suas verdades são absolutas. Também defende uma vida espiritual sem “gurus” e outros sacerdotes, retirando destes, o poder de decidir qual direção devemos tomar.
 
http://www.krishnamurti.org.br/?q=node/4

Os textos a seguir são excertos da obra “A Rede do Pensamento”:  

“O pensamento é o fator comum de toda a humanidade. Não existe pensamento oriental ou um pensamento ocidental; existe apenas a capacidade comum de pensar, quer sejamos completamente pobres ou mais sofisticados, vivendo numa sociedade opulenta. Quer sejamos cirurgião, carpinteiro, trabalhador de campo ou um grande poeta, o pensamento é o fator comum a nós todos. Parecemos não perceber que o pensamento é o fator comum que nos liga. Vocês pensam de acordo com a própria capacidade, a própria energia, a própria experiência e o próprio conhecimento; o outro pensa de modo diferente, de acordo com a sua experiência e o seu condicionamento. Estamos todos presos nessa rede de pensamento. Este é um fato, indiscutível e real.”

O que Krishnamurti diz aqui parece convergir para os mecanismos de condicionamento chamados de “Memes”. Breve postarei mais à respeito.

“A consciência é comum a toda a humanidade. No mundo, todo homem sofre; tanto interna quanto externamente há ansiedade, incerteza, todo o desespero da solidão; há insegurança, ciúme, ganância, inveja e sofrimento. A consciência humana é um todo; não é a sua ou a minha consciência. ...A significação é a de que a sua consciência é a consciência de toda a humanidade, porque vocês sofrem, são ansiosos, solitários, inseguros, confusos, exatamente como os outros, embora eles vivem a dez milhas de distância. A percepção disso, o sentimento – o sentimento mais íntimo -, é totalmente diferente da mera aceitação verbal. Quando vocês compreendem que são o resto da humanidade, isso traz uma tremenda energia; vocês atravessaram a estreita trilha da individualidade, o estreito círculo do eu e você, do nós e eles.”

Todos nós sabemos que nosso banco genético é comum a toda a humanidade, compreender isso pelo intelecto é uma coisa, mas senti-lo de fato, como comenta Krishnamurti é outra coisa completamente diferente. Esse sentimento muitas vezes, surge quando há estados alterados de consciência, muito estudados pela Neuroteologia (conforme já postado), e também em momentos de muita dor, como no caso das catástrofes do Chile e do Rio de Janeiro.

“A nossa consciência foi programada durante milhares e milhares de anos para pensar em nós como indivíduos, como entidades separadas, lutando, em conflito desde o momento em que nascemos até a morte. Somos programados para isso.”

“Mas ter esta sensação humana total de que vocês são o resto da humanidade exige uma grande dose de sensibilidade. Não é que vocês devam aceitar que não são um indivíduo, mas devem se esforçar para sentir essa entidade humana global.”

Essa entidade humana global vista de forma ordinária, é meramente um conglomerado de máquinas interligadas através da Web. Mas vista de uma perspectiva muito mais sutil, é uma rede intrincada de pensamentos, sentimentos e imagens projetadas na Noosfera (Ver post publicado nesse blog).

“O medo é o estado comum de toda a humanidade, vivam vocês numa casinha ou num palácio, não tenham nenhum trabalho ou tenham trabalhado demais, tenham um tremendo conhecimento a respeito de tudo sobre a face da terra ou sejam ignorantes, sejam vocês padres ou os mais altos representantes de Deus, ou sejam o que forem, ainda há este medo profundo e enraizado, comum a toda a humanidade.”

“Como observamos, se uns poucos realmente entenderem o que estamos conversando nos últimos cinqüenta anos, e realmente estiverem profundamente envolvidos e tiverem conseguido o fim do medo, do pesar, e assim por diante, então, isso afetará toda a consciência da humanidade.”

Como nossos pensamentos, sentimentos e ações afetam toda a humanidade é algo que está sendo estudado hoje em dia e principalmente por Global Coherence Initiative (GCI) http://www.glcoherence.org. Brevemente faremos uma extensa pesquisa sobre os conteúdos desse site.

“Nós fomos treinados, educados, tanto religiosa quanto academicamente, para pensar que somos indivíduos, almas separadas, em luta por nós mesmos; mas isso é uma ilusão, porque a consciência é comum a toda a humanidade. Assim, nós somos a humanidade.”    

Finalizamos o texto aqui com uma frase de Krishnamurti dizendo que: "Afirmo que a Verdade é uma terra sem caminho. O homem não pode atingi-la por intermédio de nenhuma organização, de nenhum credo (…) Tem de encontrá-la através do espelho do relacionamento, através da compreensão dos conteúdos da sua própria mente, através da observação. (…)"



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